
Quando
se pensa em Pais, se pensa logo, em filhos...
Tudo
deveria começar no amor! Muito complexa essa frase!
Quando
pensamos em Pais, digo Pai e/ou Mãe, imaginamos, geralmente, uma família modelo
com papai, mamãe e filhinho. Certo? Nem sempre.
Atualmente,
podemos constatar muitas famílias com papéis diferenciados e misturados. Por
exemplo, um padrasto sendo responsável pelo enteado, uma cunhada assumindo o
papel de mãe nas obrigações escolares do filho, a babá indo nas consultas
pediátricas, pois é a pessoa mais indicada para informar ao médico os horários,
hábitos e atitudes do bebê, o pai que “paga tudo” para não ter o trabalho de
“perder tempo” com seu filho, pois é bem mais fácil dar um computador para a
criança passar horas “se divertindo” e “feliz” enquanto o pai descansa ou se
diverte, etc. São inúmeros os casos e os significados de família que cada lar
abriga; sem contar aqui, as diferenças sociais e culturais dos grupos
familiares.
Lembro-me de quando era, ainda
solteira, me imaginando, muitas vezes, mãe. Era um sonho! Era quase que um
conto de fadas! Tudo lindo e maravilhoso!
Acreditava que ser mãe, deveria ser
uma delícia: dar banho em bebê, colocar aquele talquinho cheiroso, enfeitar o
bebê, passear e mostrar para todo mundo o “bebê Johnson” que eu tivera, cantar,
contar historinhas, etc.
Pensava, naquela época, lá pelos meus
18 anos, como seria um amor materno, pois minha mãe – Vena, veio a falecer
quando eu ainda era bem pequena, mas eu sentia, ainda na minha juventude, ter sido
amada por ela, mesmo ela não estando
nesse plano físico.
Desde que fui adotada, com uns quatro
aninhos de idade, após sua morte, claro, vim morar aqui no Rio de Janeiro, na
Ilha do Governador e, da minha casa, eu via lá longe, à noite, o Cristo Redentor
iluminado. Mas, com aquela pequena idade e maturidade, entendia que ali estava
Jesus, portanto ali estava a minha mãezinha. E essa sensação foi o meu
“alimento”, a minha “energia” durante anos e anos da minha vida. Claro que eu
chorava de saudade dela, mas acreditava que ela estava ali sempre, meio perto
de mim.
E esse amor ficou guardado dentro de
mim, me movimentando e me apoiando nos momentos gloriosos e nos difíceis
também.
Minha família adotiva, nada mais é do
que minha família consangüínea, meu tio, a esposa dele e seus dois filhos –
meus primos, um pouco mais velhos que eu. Sendo assim, mesmo sem ter os
conhecido anteriormente, a adaptação foi bem natural e satisfatória.
Lembro-me que no primeiro vôo de Porto
Alegre para o Rio de Janeiro, onde eu conheceria minha nova família e meu novo
lar, eu já chamara meu tio, de Pai. Foi, naturalmente, acontecendo momentos
simples e significativos na minha formação.
Posso afirmar que até aos 31 anos,
quando conheci a Ciência Espírita, minha mãezinha estivera ao meu lado em todos
os momentos. Atualmente, acredito que ela esteja em um Plano bem superior e
trabalhando muito. Ah! Acredito que ela esteja muito feliz também!
Mas, essa história da
minha vida, ficará para outro momento.
Bem! Não poderia deixar de falar aqui,
que por muitos anos carreguei o estigma de ser filha adotiva; é como se
estivesse um carimbo na minha testa para todo mundo ler e me excluir do mundo
real. É como se eu fosse diferente! Assim eu me sentia!
Embora me sentisse amada, sempre havia
aquele “vazio”, mas minha mãe adotiva – minha tia, exercera bem seu papel de
Mãe.
Hoje, mãe de dois filhos, ainda
menores de idade, atualmente com 13 e 8 anos, me deparo com a realidade nua e
crua do verdadeiro papel de Mãe. Ufa, tarefa nada fácil, bem sabemos!
Até
para escolher o marido, futuro pai dos nossos filhos, geralmente, observa-se
bastante suas características físicas, emocionais e intelectuais. Isso ocorre,
quando há o casamento tradicional. Mas, nos dias de hoje, acontece de tudo.
Nada mais nos surpreende, eu acho!
O
mesmo acontece, naturalmente, quando o homem escolhe a “mãe de seus filhos”.
Inclui-se aí, a ordem natural da vida: nascer, crescer, reproduzir e morrer.
Hoje
em dia, fala-se de casais homossexuais tendo, legalmente, seus filhos adotados
ou não, sendo filho dele ou dela, ou não, onde o que importa, psicologicamente
falando, é o papel que cada adulto dessa família, irá exercer.
No
livro de Erich Fromm – A Arte de Amar – página 30, lê-se: “A união simbiótica
tem seu modelo biológico na relação entre a mãe grávida e o feto. São dois e,
contudo, um. Vivem “juntos”, necessitam um do outro. O feto é parte da mãe,
recebe dela tudo de que necessita; a mãe é seu mundo, em suma: alimenta-o,
protege-o, mas também a própria vida dela é acrescida por ele.”.
Conclui-se
que existem diferentes formas de exercer o Papel de Pai/Mãe. O título O Papel
dos Pais, remete-nos à função que cada um exerce ou deveria exercer na educação
dos filhos, não importando quem gerou o bebê. O importante desse ciclo de vida
é saber quem e como exercer o Papel de Pai/Mãe. Sabe-se que muitos pais são
ausentes, de uma forma ou de outra, a criança é educada, ou é cuidada, mas está
sobrevivendo a cada dia. Vamos falar de Pais Ausentes, em outro capítulo.
Podemos
dizer que ser pai/mãe é abdicar de muitos prazeres?
De
certa forma, sim! Pois aquela mãe e aquele pai, agora passam a exercer papéis
outros na sociedade e em suas próprias vidas. Não podem mais ter aquele jantar
a dois, se não muito bem programado, porque agora, existe um filho entre o
casal, não podem mais, simplesmente, dormir à tarde, se o bebê necessita de
cuidados. Não podem mais viajar em novembro, por exemplo, porque o filho está
na escola. E muitas outras abdicações...
Partindo
do princípio que um casal, por mais que se ame, cada um tem seus valores, sua
educação, seus desejos, suas vontades, seus sonhos, embora morem juntos,
convivam com as mesmas dificuldades e alegrias ou conquistas, são pessoas
diferentes e, ao se tornarem pais, desde a geração no ventre materno, ou seja,
desde o primeiro minuto de vida do futuro bebê, já se nota, diferenças nela,
nele e em ambos ao mesmo tempo. Surpresa! Alegria! ...
Assim,
cabe colocar aqui, que o papel dos pais, se dá muito antes de estarem
“grávidos”. Inicia-se, então, o verdadeiro papel dos pais, no momento da
decisão de terem um bebê. Isso implica em muitas dúvidas a serem esclarecidas.
Quando ter o bebê? Como ter o bebê, cesariana, parto normal? Aonde ter o bebê?
Gastos? Época? Vamos ter babá? Quem irá ajudar no início? E o enjôo? E as
mudanças no corpo dela? Será que vai correr tudo bem? Quem será o médico
obstetra? Quem será o pediatra? E os avós? E a educação do nosso filho, como
será? O que queremos? Como faremos? Etc.
Sabe-se
que o sucesso dos pais está, na felicidade dos filhos. Mas, espere um pouco: a
felicidade do filho seria aquele videogame tão desejado? Seria aquela viagem à
Disney?
Para
se tornar autônomo é necessário, a orientação e o apoio dos pais. Esse seria,
talvez, o principal objetivo do Papel dos Pais.
Se
a gente vive em sociedade, é natural, que busquemos aprovação das pessoas, mas
nada em exagero é saudável. Logo, os pais devem assumir seus papéis, suas
decisões com segurança, coragem e firmeza, tentando cada vez mais, manterem-se alheios
às críticas gerais.
Os
pais devem, primeiramente, se sentirem seguros naquilo que querem, naquilo que
pensam e aproveitarem apenas o que lhes for necessário e que venha a
acrescentar na educação dos seus filhos. Nada de ficarem igual marionetes nas
mãos das pessoas que acham isso ou aquilo.
Cada
família faz do seu jeito e devem buscar o respeito de todos.
Nós
somos os pais dos nossos filhos. Não devemos delegar responsabilidades a
terceiros, nem permitir opiniões exageradas a respeito da educação que se está
dando às nossas crianças ou aos nossos adolescentes ou jovens.
É
importantíssimo, ainda, o exemplo que os próprios pais dão aos seus filhos.
“Faça o que eu digo, não faça o que eu faço!” Isso não funciona quando se trata
de educação.
A
criança, naturalmente, imita os pais ou os adultos que cuidam dela. Então, fica
muito difícil, ela fazer uma coisa, se vê outra.
Mais
uma vez, é necessário que os pais estejam seguros, para não cometerem gafes na
educação de seus filhos. Mas se cometerem... recomecem, simplesmente! Não se culpem!
Mas,
estamos aqui, juntos e tentando superar as dificuldades do cotidiano e as
nossas próprias dificuldades. Vamos em frente!
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