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Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brazil
Graduada em Pedagogia, pós-graduada em Psicopedagoga e Neurociência Pedagógica, com Especialização em Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva e em Psicoterapia Infantil, além de Terapeuta Floral, estou sempre estudando e trabalhando para chegar mais perto do ideal na relação com crianças que apresentem qualquer dificuldade de aprendizagem ou de comportamento ou que sejam portadoras de síndromes ou transtornos. Trabalho com focos diferentes, pelo mesmo ideal, auxiliando e orientando professores e familiares para vermos crianças e adolescentes mais felizes! Vamos juntos nessa caminhada.

quarta-feira, 14 de maio de 2014

TEA - Transtorno do Espectro Autista, na Lei Berenice Piana

DECRETO DE REGULAMENTAÇÃO DA LEI 12.764 – LEI BERENICE PIANA EM FAVOR DOS AUTISTAS DO BRASIL


A Lei 12764/12 também conhecida como Lei Berenice Piana, aprovada no Congresso Nacional e sancionada pela Presidente Dilma, em vigor desde a sua publicação foi uma conquista dos pais e mães de autistas, de seus familiares e de vários segmentos da sociedade civil. Ela garante a proteção dos direitos da pessoa com transtorno do espectro autista, que passa a ser reconhecido como patologia, além disso, ficam assegurados aos autistas o diagnóstico precoce, assistência integral, sem limite de idade, e acesso a vagas nas escolas públicas. Apesar de todos os esforços a Lei ainda não foi regulamentada e continuamos na luta para evitar o esquecimento e para sua implantação.

sábado, 3 de maio de 2014

Plasticidade Cerebral - Todos Aprendem

"Quanto mais se usa o cérebro, melhor e mais saudável ele se torna."
                          Suzana Herculano
                       
                        Segundo Dr. Luiz Antonio Costa Tarcitano, a Plasticidade Cerebral consiste na capacidade adaptativa do Sistema Nervoso Central (SNC) em sua habilidade de modificar a organização estrutural própria e seu funcionamento, desde as respostas às lesões traumáticas destrutivas, e até as sutis alterações resultantes dos processos de aprendizagem e memória.

                        Até quinze anos atrás o dogma central da Neurociência era que os neurônios perdidos jamais seriam recuperados, sendo o cérebro imutável. Esse dogma caiu nos últimos quinze anos, quando experiências conduzidas em pássaros mostraram que, ao aprender uma nova canção, surgem novos neurônios nos centros cerebrais que coordenam o canto e quando foi documentado o nascimento de novos neurônios em duas áreas cerebrais do homem e de outros mamíferos: o bulbo olfatório (responsável pela organização do olfato) e o hipocampo (área de processamento das memórias).

                        A compreensão evolucionista da mente humana se apóia em dois pilares: plasticidade e especificidade dos sistemas neurais. A plasticidade é fundamental para a adaptação a diferentes ambientes. A adaptação favorece a repetição de ações que tornam os sistemas neurais específicos.

                        A compreensão do funcionamento da mente humana fundamenta-se na razão e na emoção. Ambas devem ser entendidas como complementares, desempenhando funções distintas em variados momentos do desenvolvimento filogenético e ontogenético.

                    Já RELVAS, em seu livro Fundamentos Biológicos da Educação, o grande desafio do educador é conhecer o cérebro dos aprendizes, e tão logo o funcionamento, pois cada um tem as suas próprias características conforme observamos:

“Como o sistema nervoso de uma criança em desenvolvimento é mais plástico que o sistema nervoso do adulto, a atuação correta e eficaz na estimulação da plasticidade é de fundamental importância para a máxima da função motora/sensitiva do aprendente, visando facilitar o processo de aprender a aprender no cotidiano escolar.” (RELVAS, 2009, p.50)

                        As pesquisas mostraram que os neurônios crescem; a partir do cone de crescimento, que possui uma estrutura especializada para se movimentar (citoesqueleto) e sensores químicos capazes de reconhecer “pistas” no microambiente onde o neurônio cresce (papel do filopódios lamelipódios). As pistas químicas são: moléculas  de adesão da matriz extracelular, moléculas de adesão nas membranas de outros neurônios e moléculas de repulsão.

                         É a "plasticidade cerebral", que define as mudanças que ocorrem na estrutura ou da função no cérebro frente a um estímulo, seja ela de origem interna ou externa. Assim, a malhação cerebral está no fornecimento de estímulos contínuos, como diz Li Li Min, professor associado de Neurologia da Unicamp e doutor em Neurociências pela Mcgill University, Canadá.


                        Logo após o nascimento, diversos processos são desencadeados no desenvolvimento das atividades cerebrais, por isso os primeiros anos de vida da criança são fundamentais para seu desenvolvimento. É muito importante o contato físico, a voz da mãe, as diferentes entonações vocais, luzes e cores, qualquer estimulação que atinja o maior número dos sentidos do corpo faz-se a realização de conexões sinápticas e criam-se condições favoráveis para o surgimento de determinadas habilidades e competências, tais como a musicalidade, raciocínio lógico-matemático, inteligência espacial e outras. 



Quantos cérebros eu tenho...

“... o milagre do cérebro é que ele foi construído para uma aprendizagem contínua.”
Sprenger, 1999

Marta Relvas (2007, p.43) mostra que o cérebro humano tem múltiplas eficiências para melhor incluir o sujeito que aprende.

1. Cérebro Individual

É o órgão que há dentro da caixa craniana formado por várias estruturas anatômicas e dividido em regiões, como frontal, parietal, temporal, occipital, sendo responsável pela cognição, memória, tarefas intelectuais, decisões e escolhas.

2. Cérebro Social 

Este depende do cérebro individual e está representado nas regiões pré-frontal, pois requer atenção e habilidades nas atitudes positivas da personalidade.
É o responsável pelas relações com o meio, a cultura, a sociedade e os conflitos.

3. Cérebro Motor

É conjugado ao cérebro que nos dá a possibilidade de sermos eretos e bípedes, mantendo, assim, o tônus ou a rigidez muscular.
Este é representado pelos movimentos do corpo, localizando-se na região parietal, sendo o responsável pelas destrezas e pelos refinamentos dessas habilidades.

4. Cérebro Afetivo-Emocional

Fundamental para realização e manutenção de nossas vidas. São sistemas naturais que organizam as emoções positivas ou negativas, controlando e equilibrando o comportamento humano.

Existe, aqui, a integração de áreas distintas da região cerebral, tais como: o córtex frontal orbital, o córtex cingulado anterior e amígdalas cerebrais.

O córtex frontal tem papel importante no refreamento da explosão impulsiva, enquanto que o córtex cingulado anterior ativa outras regiões para responder ao conflito.

As amígdalas cerebrais estão envolvidas na produção de uma resposta ao medo e outras emoções negativas.

5. Cérebro Criativo, Inventivo, Genial


Usar todas as potencialidades do hemisfério direito para resolver problemas e, por meio dele, expressar melhor os nossos desejos, vontades e sentimentos. Vamos exercitar nossa cérebro...

No cérebro acontece a aprendizagem


“O Cérebro é o instrumento da aprendizagem.”
 Marta Relvas
                       
                        O cérebro realiza várias tarefas incríveis: controla a temperatura corpórea, a pressão arterial, a freqüência cardíaca e a respiração; aceita milhares de informações vindas de teus vários sentidos; controla o movimento físico ao andar, falar, ficar em pé ou sentar; permite a pessoa pensar, sonhar, raciocinar e sentir emoções.

                        O cérebro, ainda é um órgão misterioso e fantástico com todas as suas estruturas e regiões como lobos, sulcos e reentrâncias, conhecido como a matriz da aprendizagem.

                        Entender um pouco desse cérebro e sua ligação com a aprendizagem é algo fascinante para o educador; conhecer o papel do hipocampo na consolidação de nossas memórias, a importância do sistema límbico, responsável pelas nossas emoções, os mistérios da região frontal, sede da cognição, linguagem e escrita, conseguir entender os mecanismos da atenção e do comportamento humano, as funções executivas e o sistema de comando inibitório do lobo pré-frontal, torna-se fundamental na vida do educador.

                        Ainda, no cérebro, é que se compreende o caminho da leitura e escrita, regidas, inicialmente pela região parietal sendo a região visual mais específica, que reconhece as formas visuais das letras e depois acessa outras áreas para a codificação e decodificação dos sons sejam efetivas.

                        Saber que existem neurônios espelho que possibilitam progressos na comunicação, compreensão e aprendizado, além da plasticidade cerebral que permite a pessoa continuar aprendendo, dá ao educador novo olhar às suas aulas.

                        Penetrar nos mistérios da região temporal verbal que produz os sons para a fonação das letras e da região occipital que coordena e reconhece os objetos e o reconhecimento da palavra escrita e perceber que cada órgão se interliga e se conecta no trabalho de cada estrutura com neurônios específicos e especializados, onde todos juntos desempenham o importante papel de aprender.                  

O segredo da aprendizagem reside em nosso cérebro que armazena todas as nossas experiências de vida; emoções, sensações, enfim tudo o que aprendemos na vida.

Segundo a Dra. Henriette Van Praag, do Instituto Salk (San Diego, Califórnia, Estados Unidos), os ambientes enriquecidos e estimulados com recursos materiais, práticas de exercícios físicos e uma boa nutrição influenciam no desenvolvimento da memória e na aprendizagem.


                        A Neurociência objetiva explicar, modelar e descrever os mecanismos neuronais que sustentam os atos perceptivos, cognitivos ou motores, disponibilizando os fundamentos necessários à orientação de aprendizagem.                    

NEUROCIÊNCIA E EDUCAÇÃO ANDAM JUNTAS

“É a Neurociência cognitiva que aborda os campos de pensamento, 
aprendizado e memória.”
                                                                              Marta Relvas

         É da natureza humana ser curioso sobre o que vemos e ouvimos; por que algumas coisas nos dão prazer e outras não; como nos movemos, como pensamos, aprendemos, lembramos e esquecemos; a natureza da raiva e da loucura. Estes mistérios estão começando a ser revelados por pesquisas em Neurociência.

         A Neurociência, sendo uma ciência nova, reflete a fascinação e a curiosidade em relação a, aparentemente, simples dúvidas de como percebemos, como nos movemos, como sentimos e como pensamos.

         A Neurociência Pedagógica, de maneira geral, é o estudo de como o cérebro aprende, envolvendo o entendimento de como as redes neurais são estabelecidas no momento da aprendizagem, as estruturas cerebrais como “interfaces” da aprendizagem, como o cérebro reage aos estímulos recebidos, os tipos de memória, como o cérebro tem acesso às informações armazenadas e como o comportamento acontece no cérebro.

         Ela não propõe uma nova pedagogia, mas fundamenta a prática pedagógica que já acontece em sala de aula respeitando a forma como cada cérebro funciona.

         Sabe-se com base em evidências neurocientíficas, que há uma correlação entre um ambiente rico e o aumento das sinapses (conexões entre as células cerebrais). Mas quem define o que é um meio estimulante para cada tipo de aprendizado? Quais devem ser as intervenções para intensificar o efeito do meio? Como o aluno irá reagir? “A Neurociência não fornece estratégias de ensino. Isso é trabalho da Pedagogia, por meio das didáticas”, diz Hamilton Haddad, do Departamento de Fisiologia do Instituto de Biociências da USP. Como, então, o professor pode enriquecer o processo de ensino e aprendizagem usando as contribuições da Neurociência?

Para o educador português António Nóvoa, reitor da Universidade de Lisboa, a resposta à essa questão ainda é o grande desafio do século 21. “A estrutura educacional de hoje foi criada no fim do século 19. É preciso fazer um esforço para trazer ao campo pedagógico as inovações e conclusões mais importantes dos últimos vinte anos na área da ciência e da sociedade”, diz.
                      Ao professor, cabe se alimentar das informações que surgem. A Neurociência mostra que o desenvolvimento do cérebro decorre da integração entre o corpo e o meio social. “O educador precisa potencializar essa interação por parte das crianças”, afirma Laurinda Ramalho de Almeida, professora do Programa de Estudos Pós-Graduados em Educação, da PUC-SP.

                      Para Relvas (2012, p.20) “Os educadores atualmente precisam conhecer esse incrível mundo chamado cérebro humano para elaborar, definir e organizar melhor conceito sobre aprendizagem, identificando, por meio do sistema nervoso central, seus processos e como produzem modificação funcional ou comportamental, permitindo a melhor adaptação do indivíduo ao seu meio como resposta a uma solicitação interna ou externa do organismo.”

                        Uma das grandes descobertas da Neurociência é que através de atividades prazerosas e desafiadoras as sinapses se fortalecem e redes neurais se estabelecem com mais facilidade. Através da Neurociência Pedagógica, o professor poderá ajudar mais o fortalecimento neural dos seus alunos, saberá promover aulas desafiadoras e prazerosas para estimular a aprendizagem, manterá seus alunos antenados e questionadores, incluindo todos os cérebros, mesmo os que apresentem necessidades educacionais especiais.

 O educador, tendo a Neurociência como aliada, será um facilitador no processo ensino-aprendizagem, criando aulas dinâmicas e envolventes, adequada a cada cérebro como ser único que sente, pensa e age.

E, por causa da Neurociência na pedagogia, os transtornos comportamentais e de aprendizagem passaram a ser mais facilmente compreendidos, trazendo para os educadores, o conhecimento sobre a memória, o esquecimento, o tempo, o sono, a atenção, o medo, o humor, a afetividade, o movimento, os sentidos, a linguagem, as interpretações das imagens que se faz mentalmente, como o pensamento se forma, as diferenças básicas nos processos cerebrais, onde esses conhecimentos tornam-se importantes para novas ações pedagógicas. 


                        É importante que o educador saiba que quando os estudantes são estimulados e valorizados em sala de aula, por meio de um método dinâmico e prazeroso de ensino, há um aumento e alterações na quantidade e qualidade de conexões sinápticas, causando um processo positivo no cérebro dos estudantes que aumentam as suas possibilidades de resultados satisfatórios.