“É
a Neurociência cognitiva que aborda os campos de pensamento,
aprendizado e
memória.”
É da natureza humana ser curioso sobre
o que vemos e ouvimos; por que algumas coisas nos dão prazer e outras não; como
nos movemos, como pensamos, aprendemos, lembramos e esquecemos; a natureza da
raiva e da loucura. Estes mistérios estão começando a ser revelados por
pesquisas em Neurociência.
A Neurociência, sendo uma ciência
nova, reflete a fascinação e a curiosidade em relação a, aparentemente, simples
dúvidas de como percebemos, como nos movemos, como sentimos e como pensamos.
A Neurociência Pedagógica, de maneira
geral, é o estudo de como o cérebro aprende, envolvendo o entendimento de como
as redes neurais são estabelecidas no momento da aprendizagem, as estruturas
cerebrais como “interfaces” da aprendizagem, como o cérebro reage aos estímulos
recebidos, os tipos de memória, como o cérebro tem acesso às informações
armazenadas e como o comportamento acontece no cérebro.
Ela não propõe uma nova pedagogia, mas
fundamenta a prática pedagógica que já acontece em sala de aula respeitando a
forma como cada cérebro funciona.
Sabe-se com base em evidências
neurocientíficas, que há uma correlação entre um ambiente rico e o aumento das
sinapses (conexões entre as células cerebrais). Mas quem define o que é um meio
estimulante para cada tipo de aprendizado? Quais devem ser as intervenções para
intensificar o efeito do meio? Como o aluno irá reagir? “A Neurociência não
fornece estratégias de ensino. Isso é trabalho da Pedagogia, por meio das
didáticas”, diz Hamilton Haddad, do Departamento de Fisiologia do Instituto de
Biociências da USP. Como, então, o professor pode enriquecer o processo de
ensino e aprendizagem usando as contribuições da Neurociência?
Para
o educador português António Nóvoa, reitor da Universidade de Lisboa, a
resposta à essa questão ainda é o grande desafio do século 21. “A estrutura
educacional de hoje foi criada no fim do século 19. É preciso fazer um esforço
para trazer ao campo pedagógico as inovações e conclusões mais importantes dos
últimos vinte anos na área da ciência e da sociedade”, diz.
Ao professor, cabe se
alimentar das informações que surgem. A Neurociência mostra que o
desenvolvimento do cérebro decorre da integração entre o corpo e o meio social.
“O educador precisa potencializar essa interação por parte das crianças”,
afirma Laurinda Ramalho de Almeida, professora do Programa de Estudos
Pós-Graduados em Educação, da PUC-SP.
Para Relvas (2012, p.20)
“Os educadores atualmente precisam conhecer esse incrível mundo chamado cérebro
humano para elaborar, definir e organizar melhor conceito sobre aprendizagem,
identificando, por meio do sistema nervoso central, seus processos e como
produzem modificação funcional ou comportamental, permitindo a melhor adaptação
do indivíduo ao seu meio como resposta a uma solicitação interna ou externa do
organismo.”
Uma das grandes
descobertas da Neurociência é que através de atividades prazerosas e
desafiadoras as sinapses se fortalecem e redes neurais se estabelecem com mais
facilidade. Através da Neurociência Pedagógica, o professor poderá ajudar mais
o fortalecimento neural dos seus alunos, saberá promover aulas desafiadoras e
prazerosas para estimular a aprendizagem, manterá seus alunos antenados e
questionadores, incluindo todos os cérebros, mesmo os que apresentem
necessidades educacionais especiais.
O educador, tendo a Neurociência como aliada,
será um facilitador no processo ensino-aprendizagem, criando aulas dinâmicas e
envolventes, adequada a cada cérebro como ser único que sente, pensa e age.
E,
por causa da Neurociência na pedagogia, os transtornos comportamentais e de
aprendizagem passaram a ser mais facilmente compreendidos, trazendo para os
educadores, o conhecimento sobre a memória, o esquecimento, o tempo, o sono, a
atenção, o medo, o humor, a afetividade, o movimento, os sentidos, a linguagem,
as interpretações das imagens que se faz mentalmente, como o pensamento se
forma, as diferenças básicas nos processos cerebrais, onde esses conhecimentos
tornam-se importantes para novas ações pedagógicas.
É importante que o
educador saiba que quando os estudantes são estimulados e valorizados em sala
de aula, por meio de um método dinâmico e prazeroso de ensino, há um aumento e
alterações na quantidade e qualidade de conexões sinápticas, causando um
processo positivo no cérebro dos estudantes que aumentam as suas possibilidades
de resultados satisfatórios.